À PROCURA DE UM PRESENTE
Alguém à procura de um presente, entrou numa loja e viu um Anjo no balcão.
Maravilhado perguntou-lhe:
- Santo Anjo, o que vendes?
Respondeu-lhe:
- Todos os dons de Deus.
- E custa muito?
- Não, tudo é de graça.
Olhou a loja e viu que tinha jarras de amor, vidros de fé, pacotes de esperança, potes de arrependimento e saquinhos de sabedoria...
Tomou coragem e pediu:
- Por favor, quero muito amor, muita fé, bastante arrependimento, sabedoria e felicidade...
Então o Anjo preparou e entregou-lhe um pequeno embrulho que cabia na palma da mão.
Meio assustado disse-lhe:
- É possível estar tudo aqui?
O Anjo respondeu-lhe sorrindo.
- Nessa loja não vendemos frutos, só sementes.
O Sapo e o Escorpião
Na margem de grande rio estava, um dia, um sapo. Ele precisava chegar à margem oposta. Enquanto se preparava para entrar na água, chegou um escorpião. Também este precisava chegar à outra margem, mas não podia fazê-lo: os escorpiões não sabem nadar. A contragosto, viu que o sapo era a única possibilidade de chegar ao outro lado. O escorpião pediu ao sapo para ajudá-lo a atravessar o rio:
-Deixa-me subir subir nas tuas costas e transporta-me até a outra margem. És grande o suficiente e não te cansarás.
Mas o sapo, que bem conhecia o veneno do ferrão do escorpião, respondeu:
- Nas minhas costas? Estás louco! Tenho medo de teu veneno mortal!
E o escorpião:
- Estás equivocado em temer-me. Eu desejo atravessar o rio. É meu interesse que tu vivas.
Com tal raciocínio, o escorpião induziu o sapo a aceitar. Subiu, então, nas costas do sapo. O sapo entrou na água carregando o escorpião e começou a nadar, perfeitamente à vontade no seu meio natural. Assim que chegaram ao meio do rio, no ponto onde era mais forte a corrente e maior o esforço do sapo, eis que o escorpião levantou o rabo e enterrou o ferrão com toda força nas costas do sapo. Enquanto o veneno mortal se difundia em seu corpo, sentindo que a vida se esvaía, o sapo exclamou:
- Maldito desgraçado, que estás fazendo? Não vês que ambos morreremos: eu envenenado e tu afogado! Por que fizeste isso?
E o escorpião, já se afogando:
- Porque eu sou um escorpião e esta é minha natureza.
UM CAMINHO A CONSTRUIR
VIVER É CAMINHAR...
PORQUE A VIDA É UM CAMINHO A PERCORRER
UM ÚNICO CAMINHO.
DE ENCONTROS...
DE BELEZAS...
DE DIFICULDADES...
DE RISOS...
POR QUE NÓS MESMOS CONSTRUÍMOS O CAMINHO A PERCORRER
NÃO SOZINHOS, MAS COM AQUELES QUE CAMINHAM A NOSSO LADO,
PARTILHAMOS DAS MESMAS SURPRESAS E PERIPÉCIAS,
É UM CAMINHO ÀS VEZES PENOSO A CONSTRUIR:
ESPINHOS A ARRANCAR...
ÁRVORES A DERRUBAR...
PEDRAS E BARREIRAS PARA AFASTAR...
ROCHAS PARA EXPLODIR...
BARRANCOS E MORROS PARA APLAINAR...
VALETAS E BURACOS PARA FECHAR...
NÃO É FÁCIL CONSTRUIR O PRÓPRIO CAMINHO, MUITO MAIS SIMPLES É ANDAR DE CARONA,
MUITO MAIS CÔMODO É ANDAR PELO CAMINHO QUE OS OUTROS JÁ CONSTRUÍRAM.
MUITO MAIS SIMPLES É IGNORAR AS ÀRVORES.
OS CIPÓS
AS PEDRAS
AS ROCHAS
AS VALETAS
O PASSAR POR CIMA E POR BAIXO, PELOS LADOS E POR ONDE DER,
DEIXANDO AOS OUTROS O TRABALHO DE CONSTRUIR E DERRUBAR.
NADA MAIS SIMPLES DO QUE DEIXAR ACONTECER.
PORÉM, NADA MENOS DIGNO, MENOS HUMANO, NADA MENOS CRISTÃO;
ANDAR NA CARONA DOS OUTROS NÃO É VIVER.
SE TU ESTÁS DEIXANDO AOS OUTROS O TRABALHO DE CONSTRUIR,
SE TU ESTÁS ACEITANDO AS BARREIRAS DO CAMINHO,
TU ESTÁS PASSANDO PELA VIDA SEM VIVER.
SEM DEIXAR MARCAS NO CAMINHO... TU ESTÁS DEIXANDO DE SER...
É PRECISO CORAGEM PARA SER.
CORAGEM PARA ASSUMIR O RISCO DE SER HOMEM, O RISCO DE VIVER.
CORAGEM PARA CONSTRUIR UM CAMINHO NOVO.
UM CAMINHO ÚNICO, ONDE TU PODES SER TU,
EU POSSA SER EU, NÓS POSSAMOS SER NÓS, PARA QUE TU, ELE E EU POSSAMOS
SER MAIS DE DEUS
ESTE É O ÚNICO CAMINHO QUE NOS LEVA ATÉ O FIM.
O CAMINHO DO AMOR, DA PAZ, DA JUSTIÇA, DA LUTA DO DIA-A-DIA,
DA CORAGEM DE SER HOMEM, DA CORAGEM DE SER CRISTÃO.
(AUTOR DESCONHECIDO)
As três árvores.
Havia numa cidade, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.
A primeira, olhando as estrelas disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada.
A segunda olhou para o riacho e suspirou:
- Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.
A terceira árvore olhou o vale e disse:
- Quero ficar no alto da montanha e crescer tanto, que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em DEUS.
Muitos anos se passaram e certo dia, vieram três lenhadores e cortaram as três árvores, todas ansiosas em serem transformadas naquilo que sonhavam. Mas os lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos...
A primeira árvore acabou sendo transformada num coxo de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. A terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Para que isso?
Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu recém-nascido naquele coxo de animais. E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.
A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem que acabou dormindo no barco. Mas quando uma tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem levantou-se e disse ao mar revolto “SOSSEGA”. E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o rei dos céus e da terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela, pois fora condenado a morte mesmo sendo inocente. Logo, sentiu-se horrível e cruel, mas num domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade, e que as pessoas se lembrariam de DEUS e seu filho JESUS CRISTO ao olharem para ela.
As árvores tinham sonhos, mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado. Portanto, por mais que você não entenda o porque das coisas, ou pareça estar tudo errado, lembre-se que DEUS sabe o que faz.
A Águia e a tartaruga
Ao sopé de uma gigantesca montanha, confabulando amistosamente, estavam a Águia e a Tartaruga. Falavam sobre superar limites, e atingir objetivos. A Águia, poderosa rainha dos ares, dizia não haver lugares inatingíveis, e nem metas que não pudesse alcançar. A envergadura de suas asas permitia que fosse a qualquer lugar. Era soberana e tinha a segurança que apenas tem, quem sabe do seu real potencial.
A meiga Tartaruga, a quem a paciência já havia ensinado grandes lições, falava sem pressa. Contava sobre pequenos detalhes, que, ao longo de sua caminhada, haviam entrado pelos seus olhos, e marcado seu coração..-A Águia, sempre sedenta por aventuras, propôs um desafio à Tartaruga. Subiriam a montanha, para lá do alto, ver o mar. Queria mostrar para sua amiga, o tamanho real do mundo. O horizonte visto do alto, era de uma beleza ímpar. Empolgada, descreveu o aprendizado que sua alma faminta, já assimilara. A Tartaruga, conhecendo a velocidade de seus passos, soube que este desafio muito lhe custaria. Talvez a metade de sua existência. Mas, queria ver o que havia lá no alto.
Olharam-se, sorridentes, e começaram sua aventura. O farfalhar das asas da Águia, ergueu poeira, e em instantes, sumiu das vistas da Tartaruga. E esta, movendo-se no ritmo que lhe fora conferido pela vida, foi subindo lentamente. Seu corpanzil pesado tinha muita dificuldade para se mover naquele terreno irregular. Durante o trajeto, muitas vezes tropeçava na falta de experiência, e rolava morro abaixo. Mas, depois de se refazer, recomeçava a caminhada. A trilha era estreita, e muitas vezes, ela parava para Dar passagem a outros animais, que subiam ou desciam, e sempre gentil, oferecia-lhes seu sorriso.
Alimentava-se da vasta vegetação, e seu paladar provou novos sabores. Alguns amargos, mas outros absurdamente tenros e macios. Olhando ao redor, para não perder nenhum detalhe, deu-se conta de que havia flores, ornamentando o caminho, e estas, com seu perfume, derramavam alento, dentro de seu coração.Enquanto a Tartaruga se empenhava em subir, tomando muito cuidado com as quedas, a Águia, há muito já alcançara o topo. Aliás, não demorara quase nada, e agora, no alto de uma frondosa árvore, se perguntava quanto tempo levaria a Tartaruga, para vir a ter com ela.
Esperou dias e noites. E aquela paisagem, sempre encantadora, foi tornando-se cansativa, e ela ansiou por sair dali. Precisava alçar vôo, traçar novas metas. Tinha sido tão fácil chegar, e agora se perguntava porque incentivara a pobre Tartaruga a subir. Não seria possível esperar por ela. A vida se agitava dentro das suas veias, e estagnar significava matar seu espírito. Morreria, se ficasse. Precisava estar em constante movimento, para que suas asas não atrofiassem. Olhou para baixo, e nem sinal da Tartaruga. Então, seu piado forte, cortou o silêncio, enquanto ela cortava o céu, e voou dali.
Anos mais tarde, completamente exaurida, chegou a Tartaruga ao topo. Durante este tempo todo, enquanto caminhava, e quando o cansaço minava as suas forças, era nas palavras da Águia que ela pensava. Veria algo novo. Veria um novo mundo. E este pensamento foi seu alimento. A cada vez que quase sucumbia, tentava visualizar aquele horizonte, descrito pela Águia, e então, cantarolante, começava tudo outra vez.
Seus passos eram constantes. A subida não lhe conferira uma nova velocidade. Muitas vezes, havia sido muito duro, olhar para o alto, e ver o quanto ainda faltava. Então, ela olhava para os lados. E olhava atrás de si. E, orgulhosa constatava que, mesmo que morresse ali, que jamais atingisse seu objetivo, jamais em sua vida, havia feito algo igual.
Faltava pouco agora, para que conhecesse um mundo novo. Mais alguns arbustos e estaria no topo da montanha. Seu coração batia apressado, seu corpo tremia de ansiedade e excitação. Então, a cortina se abriu. Tudo o que vivera até então, não se comparava ao que estava sentindo. Lá estava o horizonte se encontrando com o mar gigante. Ambos se tocavam, numa suave carícia, e o Sol, nascia da união dos dois. Vinha saindo, todo matreiro, de dentro do mar, e erguia-se sobre a Terra.
Nesta hora, duas lágrimas suaves, brotaram nos olhos da Tartaruga. Mentalmente agradeceu à Águia, pelo incentivo que lhe dera. Sabia que não a encontraria ali. Sempre soubera. A Águia plantara dentro dela, um par de asas gigantes. Apostara em sua persistência, e graças a ela, a Tartaruga se tornara única, entre todas as Tartarugas. Com um suspiro emocionado, recolheu-se dentro de seu casco, e dormiu serenamente.